segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Sinto-me...


Jeff Buckley - Lilac Wine

Sentes-me??

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Vaga


If all the statues in the world would turn to flesh with teeth of pearl
would they be kind enough to comfort me?...

A manhã, a tarde e a noite. O sol, a lua. O dia e a noite. Eu e o mundo. O pó e a chuva. A terra e a poeira. Sou agora isto. Sou tudo mas não sou absolutamente nada. Sou a vaga de mar a morrer-me na vida...

sábado, fevereiro 10, 2007

Depois

Eis senão quando...
Eis senão quando o meu folgo quase se estinguiu, o mundo parou e o coração tremeu... Acendeu-se o vulcão e eu juro que não o pedi, que apenas e só, o desejei...
Desejei-o tantas vezes, com toda a raiva e com toda a força, sempre com a única certeza que jamais me permitiria ultrapassar o limite, que o toque era a última fronteira, e que uma vez ultrapassada, impossível retornar.
Mas veio o toque, e a química, e o sabor a mar e o cheiro a vento. E veio o gosto que eu lembro de outra vida, e veio o rebuliço, no espaço à volta e no tempo de beijos sôfregos, cheios de infinito.
A carne e o espírito sem rumo por uns momentos, o desnortear dos sentidos, a entrega... A entrega pura que eu desejei de outra forma, sem medo e sem constrangimento, talvez programada e planeada. Veio pura, sim, mas sem aviso e de surpresa, veio-me abalar o equílibrio, esse equilibrio(ou seria a negação??) que tanto me custou a construir.Era mais fácil quando era só uma ilusão, que nascia dentro de mim mas morria na realidade.
E quando me deixei ir, quando finalmente me rendi ao inevitável e ao que me pedia o corpo e a alma, quando me abandonei, fui abandonada. No desejo, no corpo, e na alma... Ficou-me o travo da tua pele, palavras no ouvido. Ficou este desejo doido, esta insatisfação... Ficou o êxtase em suspenso, ficou o vazio dos corpos febris na ânsia da entrega.

Eis senão quando, me encontrei e me perdi, ainda que por breves momentos.
E eis-me aqui agora, perdida e suspensa, em ti...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Manifesto

Eu até nem era para escrever nada hoje... juro!! Mas pronto, sai-me assim o que hei-de eu fazer?
Estou, primeiro que tudo, cansada. Viver, ser eu, tem sido nos últimos tempos, sobretudo, esgotante. Sim, já estou a ouvir o coro... "Não sei porquê... tanta gente que gostava de ter a sorte que tu tens, as regalias e os privilégios." Pois eu sei meus amigos, eu sei disso tudo. Mas porra!!!! uma pessoa não podes estar bem o tempo todo, é humanamente impossível. E eu agora quero a minha parte de tristeza, a minha parte de lamento e desilusão. Afinal, a vida não é perfeita( ai os clichés...).
Estou cansada. Das cores e dos odores, do cheiro do mundo, das vozes à minha volta que não me dizem nem acrescentam nada. Estou cansada de lutar e de fingir que me aguento à bronca quando o que realmente me apetece é baixar os braços e desistir, nem que seja por um mês, um dia ou apenas um minuto. Também tenho direito, não? Se as coisas me sabem assim porque não hei-de eu senti-las assim, só por um bocadinho? Sem sentir o amargo jamais apreciarei o doce, certo?
Então esta hora é de lamento e de ressaca. É hora de espernear, de gritar e chorar. De lavar a dor, de me censurar por tudo o que fiz de errado e sofrer de uma vez por tudo o que me magoou no passado. Talvez assim consiga limpar a alma e deixar isso tudo para trás de uma vez. Começar de novo... Soltar amarras e seguir em frente. Mas sinto que para isso tenho primeiro que passar por este estado febril em que a dor me morde no peito e as lágrimas me dançam nos olhos. Talvez depois, quando esgotar todos os processos me consiga finalmente erguer e partir.
E pronto. Acaba aqui o manifesto. E já foi um exercício demasiado penoso para o meu cérebro, que coitado, tenho maltratado muito ultimamente. Já não me apetece mais pensar, como disse o outro "pensar é estar doente dos olhos..."


Agora é só coração. Quando os dois voltarem a funcionar em sintonia eu dou notícias.