terça-feira, julho 22, 2008

Às vezes


"Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a dizer.

E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.

Às vezes é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que o destino e as circunstâncias de encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.

Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizémos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor.

Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último combóio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.

Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer."


Margarida Rebelo Pinto

quarta-feira, julho 16, 2008

bedroom toys
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Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha!!!!!!
Não resisti!

Daqui.



domingo, julho 13, 2008

Riverdance


É um dos maiores espetáculos do mundo com toda a certeza! Fantástico. Para quem gosta de dança, vale muito a pena. 2 horas muito bem passadas. Já sentia falta destes momentos culturais.

sábado, julho 12, 2008

Caminho para amanhã(sendo que já é hoje...)


E se de repente os teus olhos se abrem e tu percebes o tempo precioso que perdeste com a dor, essa dor maldita que te vícia?Se perceberes que anos de porquês e ses e tanta, tanta tralha, tanto lixo desnecessário...? E as pessoas falam para ti mas tu não ouves nada, só aquele zumbido característico, uma intermitência de ruídos que formam um padrão, a tua música, o teu ritmo. Tanto tempo meu Deus!!

Todos os vicíos são assim, consomem-nos, destrõem o melhor de nós, matam-nos aos poucos, arrastando-nos para um abismo sem príncipio(porque desse já nem te lembras) nem fim. Os dias sucedem-se uns atrás dos outros e tu nem os sentes. Só tens olhos e coração para a dor. Porque ela te dá o que mais ninguém dá! Ela faz-te sentir vivo, mesmo quando tu achas que já morreste há muito tempo. Ela está lá sempre para ti, de dia ou de noite, acordado ou a dormir. Ela está nos teus sonhos, nas tuas palavras, até na tua maneira de caminhar. Ela aconchega-te nas noites frias. Ela dorme enroscada em ti. Ela até te transforma. Sim, essa cara que trazes é por causa dela. Quando sorris ela sorri contigo, e quando tu amas, ela faz-te acreditar que não vale a pena, que isso do amor não é para ti. E tu, resignado, baixas a cabeça e aceitas. Que podes fazer? Ela é tua dona!
Quando as pessoas comecam a reparar tu sentes-te revoltado. Afinal, é díficil a vida. Ou sou só eu? Não, vocês também?? Então porque é que eu volto ao mesmo? Porque é que ninguém percebe, eu não consigo...
E aqui faz-se um parêntesis. Essa tua melhora amiga, essa que te conhece melhor que ninguém, com quem tu tens diálogos diários intermináveis, essa mesma, reconhece-la?, essa senhora está-te a roubar à vida. Qual adicção! Isto és tu, dominado, viciado, quebrado e irreconhecível, até para ti próprio. Ponto assente, concordas? Ou precisas de mais? ...

Esta é (era) a minha memória. Reset.


Start over.

quinta-feira, julho 10, 2008

Respirar fundo



No tempo infímo de um suspiro, é tempo de parar. E recomeçar.

Fim da linha, desta linha. Paragem, apeadeiro. Troca.
O dia da quebra chegou. A minha cabeça gritou "pára!!", os meus olhos quebraram e a vontade beliscou-me de tal maneira que acho que gritei mesmo.
Parar e recomeçar. Não será um recomeço, será um novo caminho.
Se consigo?
Defenitivamente!

Apesar da chuva lá fora...

quarta-feira, julho 02, 2008

Nada Particular


Miguel Bosé e Juanes
vuelo herido y no sè adònde ir
con la rabia cansada de andar
me han pedido que olvide todo
en fin... nada particular
una vida y volver a empezar...
no te pido una patria fugaz
simplemente un abrazo en fin...
nada particular
Canta y vuela libre
como canta la paloma
Dame una islaen el medio del mar
llàmala libertad
Canta fuerte hermano
Dime que el vientono,
no, no la hundirà
Que mi historia no traiga dolor
que mis manos trabajen la paz
que si muero me mates de amor
nada particular.
Barcelona, 25/06/2008
Mágico!

terça-feira, julho 01, 2008

Barcelona








Cinco dias ao sol. Para repetir, com toda a certeza!