segunda-feira, julho 10, 2006

Canção Grata


Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Florbela Espanca
Hoje, este soneto serve para a alegria e para a tristeza.
Serve para a alegria de ver regressar a nossa selecção que tao bem nos representou e tanto nos fez vibrar, saltar, rir e chorar, que tanto me fez acreditar no sonho possivel, que em muito nos fez sentir grandes, apesar de tao pequeninos.
E para a tristeza porque ontem morreu alguém que era o mundo para uma grande amiga minha. E eu sei que a vida é muito injusta e as pessoas só deviam desaparecer já muito velhinhas... mas aconteceu. Não conhecia a pessoa em questão, mas pelo facto de uma pessoa tão jovem ter partido assim faz-me pensar na minha vida e na dos que me rodeiam e tentar olhar o horizonte e tentar acreditar que isto tudo é um plano muito bem traçado, que cada grão de vida neste planeta tem a sua função. Respirar é uma bencão, vou tentar lembrar-me disso mais vezes.
S.

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