quinta-feira, agosto 10, 2006

Saudade...


Saudade é uma palavra ambigua, uma palavra ás vezes doce, ás vezes amarga, que me sopra na pele e me desnorteia os sentidos... O tacto perde-se na luz do acordar, o cheiro de ontem entranhado na almofada, e o sonho preso nos meus olhos, como de verdade, como contigo aqui... Ai que regaço me acolha esta solidão, esta saudade de me lembrar de ti, esta pausa na memória, esta ânsia de alguma coisa que me traga o teu calor outra vez!
Que uivos de melancolia rasgam o silêncio parado do meu quarto, que palavras velhas e gastas me enganam e me mentem ao ouvido? Quem sou eu perante a tua sombra? Quem me salva de mim? Vai longe, sê longe! Não me vejas mais, não te insinues no meu sono, não subas o muro da minha mentira para me deixares depois esquecida, ...
Saudade, ai que saudade... do que podia ter sido... do que não foi... e do que senti...
Saudade do teu gosto, e das tuas mãos, e da tua força, e do aconchego de teu regaço...
Saudade de uma sombra, de um momento...

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