Sabem aquela sensação antes da queda, antes do mergulho? Ou quando sentem um pressentimento muito intenso, um formigueiro na ponta dos dedos, um aperto no peito? Ainda não aconteceu e já sentimos o impacto, o choque, o baque?! Hoje acordei assim. Com a sensação de algo inevitável, de algo indecifrável mas presente, um zumbido baixinho, uma excitação inominável.
E agora estou possuída por esta estranha força que se apoderou de mim, esta intuição malandra a bailar-me no peito.
Acordei, mas falta o click definitivo. Falta a onda avassaladora, o baque de misericórdia. Acordei para mim, para informações e contextos novos que de tão antigos em mim me iam minando, sabotando o caminho e a vontade.
Acordei mas ainda mal abri os olhos, ainda não vejo tudo claramente. E ainda falta muito, tanto... Falta muito para mim.
"Quando já nada é intacto,quando tudo na vida vem em pedaços e por dentro me rebenta um mar
Quando a cidade alucina,num luar de néon e de neblina e me esqueço de sonhar
Quando há qualquer coisa que nos sufoca e os dias são iguais a outros dias e por dentro o tempo é tão voraz
Quando de repente num segundo qualquer coisa me vira do avesso e desfaz cada certeza do meu mundo
Quando o sopro de uma jura faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam os medos e os cansaços
Quando ainda me desarma a tua companhia e tudo o que a vida faz em mim
Quando o dia recomeça e a noite ainda te prende nos seus braços e por dentro te rebenta um mar
Quando a cidade te esconde e o silêncio é o fundo das palavras que te esqueces de gritar"
Quando há qualquer coisa que nos sufoca e os dias são iguais a outros dias e por dentro o tempo é tão voraz
Quando de repente num segundo qualquer coisa me vira do avesso e desfaz cada certeza do meu mundo
Quando o sopro de uma jura faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam os medos e os cansaços
Quando ainda me desarma a tua companhia e tudo o que a vida faz em mim
Quando o dia recomeça e a noite ainda te prende nos seus braços e por dentro te rebenta um mar
Quando a cidade te esconde e o silêncio é o fundo das palavras que te esqueces de gritar"
Mafalda Veiga
1 comentário:
Quando, no meio da imensa multidão, agitada, ruidosa, díspar, te sentes sozinha, triste, angustiada, raptada dos teus sonhos...
Que dia virá amanhã?!
Hoje chove copiosa e impetuosamente... Brilharás amanhã SOL, será que nos aconchegarás?!!
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