quarta-feira, julho 25, 2007


Tenho uma aversão-atracção por multidões. Por vezes entro em sítios com muita gente e sinto-me mal, dói-me a cabeça, parece que sou transportada para outro mundo, esqueço-me de mim... Outras vezes preciso dessa confusão, desse desnorte, da perda da noção do espaço e do tempo, de me misturar entre outros mundo, de me fundir na azáfama das ruas.

Isto porque hoje, saída do trabalho, me meti no metro e fui até ao centro da cidade. Simplesmente para me entrosar na multidão. A sensação é sempre a mesma. Esqueço-me de mim, deixo de ser corpo e passo a ser o que me rodeia. Absorvo tudo. É engraçado, as pessoas com que me cruzo, de todas as cores e tamanhos, são tão iguais a mim. Vejo isso nos olhares. Não importa de onde vimos e para onde vamos. Não importa a língua que falamos, o trabalho que temos, a casa onde moramos, somos todos iguais na essência.

E depois há um silêncio que se instala dentro de mim. Como se o ruído à volta desaparecesse e a única coisa que ouço é o bater do meu coração e as imagens a mudarem á minha frente.

Perco-me, volto a encontrar o caminho, para me voltar a perder novamente.

E a cada passo que dou sinto-me mais cheia, mais preenchida. Pena não ter com quem partilhar esta força que me inflama os sentidos...

Como posso não estar apaixonada por esta cidade?

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia amiga...
Estás tranquila e apaixonada por aquilo que és e por tudo que ainda podes ser.
Quando estamos bem tudo ao nosso lado ganha mais cor.
Partilho contigo esse olhar inquieto e essa necessidade de beber nos outros uma nova energia.
Beijo doce...

Maura disse...

Não deixa de ser engraçado esse paradoxo de amor-ódio, como tantos outros em nós. Somos feitos de contradições e precisamos delas, como de ar para respirar, para reencontrar o equilibrio... Compreendo-te tão bem.
E não penses que não partilhas essa força, estamos cá para te ler e receber as tuas palavras que, falo por mim, me têm feito sonhar :)
Beijinhos da amiga,
Maura