quinta-feira, novembro 23, 2006

Dualidade

Esta é uma daquelas semanas em que parece que tudo é possível.

A normalidade, ou o hábito(chamem-lhe o que quiserem) tem o mau costume de fazer a vida correr a um ritmo tão insípido que dou por mim quase inerte ao fim do dia. Sinto-me embrutecida. Como se o peso das horas laborais, sentada a uma secretária, me toldassem o racíocinio e a visão. Chego ao final da tarde embriagada pela luz do ecrã do computador e com a mente em piloto automático, completamente alheada da realidade, absorta em pensamentos desconexados. Isto são os meus dias. E eu queixo-me que não acontece nada de extraordinário, que a vida corre lenta e insossa, que os dias do fim da semana são sempre os mais aprazíveis. Mas esta semana...

Esta semana começou doce. Isto é, se considerar que a semana começou ao Domingo, então a semana começou de forma aveludada, mas simultâneamente agitada, ao sabor da descoberta de sensações e sentimentos novos e desconhecidos. Depois houve ali um ligeiro voltar ao mesmo, mas depois, depois tem sido um alvoroço!

São voltas, são reviravoltas, são novidades, são decisões tomadas, segredos guardados... uma festa para os sentidos! Em alguns dias a minha vida levou um abanão, como se finalmente alguém tivesse escutado os meus apelos e tivesse decidido satisfazer os meus desejos. Há uma expressão que diz "cuidado com aquilo que desejas, podes consegui-lo". Se calhar estou a sofrer dessa maldição... Ou então é mesmo assim, quando acontece algo, os acontecimentos seguintes sucedem-se, como se se tratasse de uma reacção em cadeia.

Frenética, é esse o meu estado de espiríto. A vantagem(ou não), é estar aqui presa a esta jaula(é o mesmo que dizer secretária) e não poder dar largas à minha turbulência sentimental e física. De contrário acho que saía por aí a beijar as pessoas e a dançar à chuva, e mais umas quantas coisas que me vêm agora ao pensamento...
Apetece-me desligar o mundo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Engraçado, para quem não te conhece bem (como é o meu caso) não é muito fácil dar conta desse teu estado de alma...

Mas lembras-te, ontem, quando fui tomar café com vocês à hora de almoço, qual pai natal de casaco vermelho?!

Pois bem, lembra-te do comentário que fiz ao teu cabelo novo, ao seu brilho...

Será este resultado do estado de luz que vives contigo mesma?!

Torço sinceramente para que seja e que sejas absorvida pela sensação de ser feliz...

Kiss, Marta

Ulricka disse...

Martinha.
pois é, apesar de eu achar que sou muito transparente, ás vezes ainda é dificil para os outros lerem-me... Aparentemente sou a calmaria, mas a intensidade das coisas ferve-me na pele e nos sentidos.
E sim, o brilho, esse brilho... leste-me bem agora...
Beijos grandes!!