O meu fim -de-semana começou numa lufa-lufa. Acabei a formação e depois do teste final vim para casa e vai de limpar. Aproveitar que os homens não estavam e transformei-me, mais uma vez, em fada-do-lar. Acabei encostada no sofá já sem grandes forças para qualquer outra coisa que não dormir.
Dormir. Dormir tem sido o que mais faço desde que cá estou. Eu já sou dorminhoca, mas antes tinha problemas em dormir mais do que 5/6 horas por noite. Aqui também não as durmo, mas faço sestas, muitas sestas. E só por isso já me sinto com mais energia.
Sábado á tarde, compras. Eu sou gaja, e como gaja, as compras são assim uma espécie de terapia, um elixir para o corpo e o espiríto. E lá fui eu esbanjar uns euritos, coisa pouca que a vida está muito difícil, nuns trapos mais sportswear. Aqui a menina, como já referi anteriormente, gosta de chutar umas bolas mas não veio devidamente preparada para o efeito, por isso ontem fui resolver esse pequeno problema. Há cá uma lojita(enorme, muito maior que a zara), que é basicamente uma perdição para mulheres. Não que seja alguma coisa de especial, mas além de ter tudo e mais alguma coisa, é baratíssima. Para quem acha que a Zara é barata, não conhece a Penneys. O nome é engraçado e dá azo a piadinhas. A seguir, Tesco. É o nosso Mini Preço cá do sítio, só que os preços não são lá muito mini. Uma coisas que cá é cara é comida. Além das rendas de casa que são exorbitantes, tudo o que é comida e bebida é caro. Pelo menos para o que nós portugueses estamos habituados. Se tivermos em conta os salários que cá se ganham, ok, não é caro, mas para mim que estou habituada a contar os tostões, quando cá cheguei e me disseram quanto custava uma cerveja ou a renda de uma casa, fiquei literalmente de boca aberta.
E como eu ia dizendo, la fomos ao Tesco fazer as compras da semana. O mau mesmo das compras é que depois tens de as carregar. Pois, e tendo em conta que não temos carro e temos de apanhar o metro, que não fica logo ali á porta do centro comercial, e que está a chover e, oh horror!!-, os sacos pesam toneladas!... Estão a ver? Quando finalmente chegámos a casa, os meus dedos estavam tão maltratados, mas tão maltratados, que horas depois ainda sentia dores.
O dia terminou com um jantar em casa de uma das nossas colegas, e tenho só a dizer que dormi vestida e calçada! E que hoje já bebi para lá de 2 litros de liquidos e tenho uma fome que não acaba mais! Nice going!
Já sei onde é Temple Bar, já senti o pulsar da cidade, o corropio do entra e sai dos pubs. Para mim que estou habituada a sair para a noite sempre depois das 22/23h, ir na rua ás 21h e ver a agitação, é ainda muito estranho. Para não falar de que os dias aqui são maiores, só anoitece depois das 22h. Em Portugal isso só acontece no Verão, e lá mais adiantado.
Foi um bom fim-de-semana. Pela primeira vez desde que cheguei senti Dublin. E honestamente, senti-me muito bem, é uma cidade fantástica que vou ter imenso prazer em descobrir. Pena não o poder fazer acompanhada pelos meus queridos amigos. mas há-de haver oportunidade. Pelo menos assim espero e anseio.
Mais sofá, mais descanso.
Antes de ir, só uma nota. Ontem ao fazer zapping, vi pela primeira vez o novo video da Nelly Furtado, "In God's Hands", e imediatamente aquilo me soou a algo muito familiar, como se aquela música me recordasse de uma outra. Fiquei um pouco a pensar e depois fez-se luz! Há uma banda que eu não ouço há séculos e que ficou esquecida no meu bau de memórias do final do liceu. O nome é Sundays. Têm um albúm, "Static & Silent", penso que de meados dos anos 90, e são absolutamente deliciosos. Incrível como quase me esqueci da sua existência. Fui imediatamente ao you tube procurar um video e lá estava. Aqui vos deixo um dos meus temas favoritos e também adequados à época. A vocalista, Harriet Wheeler, tem uma das vozes mais bonitas que já ouvi. Não faço ideia que outros trabalhos editaram e se ainda existem como banda, mas vou investigar. Espero que gostem.
Até amanhã.
The Sundays - Summertime